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21/02/2024

As Built: o que é e como utilizar em seus projetos de construção civil?

por Diego Mendes

As Built

As Built tem se revelado uma ferramenta estratégica na construção civil, transcendendo os métodos convencionais e proporcionando perspectivas inovadoras.

Em um mercado que sempre está em busca da eficiência, qualidade e conformidade regulatória, dedicar atenção a esse conceito nos projetos pode fazer toda a diferença.

Mas, então, o que significa um projeto As Built e de que maneira ele pode ser usado na dinâmica desse setor? Nos próximos tópicos, iremos falar tudo sobre isso. Acompanhe!

Quer entender por que investir em ferramentas digitais para a gestão de projetos na construção civil? Leia nosso conteúdo sobre o tema!

O que é As Built? 

O termo “As Built” é uma técnica fundamental na construção civil relacionada à documentação pós-construção. Essa abordagem representa a atualização do desenho original de um projeto, retratando com precisão modificações, ajustes e condições reais que ocorreram durante o processo de construção. 

Em outras palavras: é uma representação fiel da construção em relação a como ela foi efetivamente executada.

O principal propósito do As Built é proporcionar uma visão precisa e detalhada da obra concluída, indo além dos planos iniciais — o que é muito comum em qualquer execução.

Ele registra as mudanças inevitáveis que ocorrem durante o desenvolvimento da construção: adaptações feitas para contornar desafios específicos, modificações para atender a regulamentações locais ou ajustes devido a descobertas imprevistas durante a execução.

O que faz disso um aspecto importante na execução da obra é, em primeiro lugar, o fato de que a técnica garante a transparência e a fidedignidade da documentação, assegurando uma compreensão realista da estrutura construída.

Não é apenas pelo registro, mas pela gestão eficaz da edificação ao longo do tempo e a própria produtividade da execução.

Como funciona o As Built?

O processo de implementação do As Built envolve duas fases distintas: coleta de dados in loco e, em seguida, a documentação e atualização.

A divisão em duas fases é essencial para garantir a acurácia dessa prática: a primeira parte captura a realidade construída, enquanto a segunda assegura que essas informações sejam incorporadas aos registros existentes de maneira coerente e precisa.

Naturalmente, com isso, é mais fácil evitar discrepâncias entre a teoria do projeto e a prática da construção — e ter uma representação utilizável da edificação.

A prática, inclusive, é regulamentada por normas específicas, garantindo consistência, qualidade e padronização nos registros. 

A ABNT NBR 14.645:2011, por exemplo, estabelece diretrizes para a execução do As Built, delineando os procedimentos e critérios a serem seguidos.

A norma estipula todos “os requisitos exigíveis para a locação e o controle dimensional da obra, com as anotações de todas as alterações ocorridas no transcorrer da obra, e indica os procedimentos para se chegar ao projeto executado, a partir de um projeto executivo”.

Fase 1: coleta de dados in loco

A primeira etapa envolve a coleta de dados no próprio local da construção. 

Isso quer dizer que profissionais especializados realizam inspeções detalhadas, documentando minuciosamente cada aspecto da edificação. 

Essa coleta de dados in loco é a oportunidade para se fazer a identificação de nuances que podem ter passado despercebidas nos desenhos originais. 

As informações coletadas abrangem modificações, ajustes, materiais efetivamente utilizados e outras alterações realizadas durante a construção.

Fase 2: documentação e atualização

Com os dados coletados, é o momento da atualização dos desenhos e documentos originais. 

Nesta etapa, os profissionais incorporam as informações obtidas in loco aos registros existentes, criando uma representação atualizada e precisa da construção. 

A ideia é esboçar uma visão realista da obra concluída ao mesmo tempo que estabelecer uma base sólida para futuras intervenções, manutenção e modificações.

Em quais projetos pode ser aplicado o As Built? 

A versatilidade do As Built faz com que essa ferramenta possa ser aplicada em uma ampla variedade de projetos na construção civil. 

Sua aplicação não está restrita a uma única disciplina e muitas áreas podem ganhar com a representação precisa e atualizada da construção concluída. 

Alguns dos projetos em que o As Built pode ser aplicado incluem projetos arquitetônicos, elétricos, hidrossanitários, estruturais e até de interiores.

Projetos arquitetônicos

No quesito arquitetônico, é o exemplo mais comum: vai documentar as características finais da edificação, incluindo ajustes estruturais, detalhes estéticos e modificações realizadas durante o processo construtivo. 

Essa aplicação permite que arquitetos, designers e outros profissionais tenham uma visão realista da construção após sua conclusão. 

Qualquer construção, seja residencial, comercial ou qualquer outro formato, deve contar com essa técnica.

Projetos elétricos

Na área elétrica, ela é crucial para registrar a localização exata de sistemas elétricos, o que envolve pontos de energia, fiação e qualquer modificação realizada durante a instalação elétrica. 

Em um empreendimento, o engenheiro elétrico pode usar o As Built para registrar as mudanças realizadas na instalação elétrica para acomodar novos equipamentos. Ter isso em mãos ajuda na segurança e eficiência do sistema elétrico a longo prazo.

Projetos hidrossanitários

Em projetos relacionados a sistemas hidráulicos e sanitários, o As Built documenta detalhadamente a disposição de tubulações, conexões e equipamentos. 

É muito comum isso ser usado para documentar a localização exata das tubulações de água e esgoto. Alterações realizadas para otimizar a eficiência hidráulica podem ser registradas e os desenhos atualizados servem como guia para a manutenção e possíveis ampliações no sistema hidrossanitário.

Projetos estruturais

Em projetos estruturais, o registro das condições finais das fundações, vigas, pilares e outros elementos estruturais são fundamentais.

No caso de ajustes feitos nas fundações devido a condições geotécnicas inesperadas, por exemplo, a coleta de dados in loco identifica essas modificações e a documentação atualizada fornece uma representação precisa da estrutura.

Toda futura avaliação de integridade e eventual expansão vai precisar dessa informação.

Projetos de interiores

Mesmo em projetos de design de interiores, o As Built desempenha um papel relevante: a disposição final de elementos como paredes, portas, janelas e acabamentos servem para futuras renovações ou modificações no ambiente interno.

Não é tão comum como nos outros casos, mas pode ser usado. 

Quais são as vantagens que o As Built oferece? 

O uso do As Built na construção civil é muito vantajoso e isso não se limita à prática da documentação. A precisão e atualização contínua dos registros conferem uma base sólida para operações subsequentes e otimizam a gestão do ciclo de vida da construção. 

Além disso, a transparência oferecida pela técnica contribui significativamente para a eficiência operacional e, ao mesmo tempo, garante que as informações se alinhem perfeitamente com a realidade construída.

Por essa razão, existem três vantagens principais de incorporar a técnica nos projetos: manutenção eficiente, conformidade regulatória e facilidade para futuras modificações.

Manutenção eficiente

A eficiência das operações de manutenção são muito maiores com o projeto As Built. A representação fiel da construção, que inclui todas as alterações e ajustes, facilita intervenções mais rápidas e precisas. 

A equipe pode acessar informações detalhadas sobre a localização de componentes, especificações técnicas atualizadas e outros detalhes essenciais. Isso resulta em: processos de manutenção mais eficientes e, consequentemente, prolongação da vida útil da edificação.

Conformidade regulatória

A conformidade com normas e regulamentos é uma consideração crítica na construção civil. 

Ao oferecer uma documentação detalhada e precisa da construção, essa técnica garante a conformidade com padrões específicos. 

Em outras palavras, estamos falando de redução de riscos legais, afinal, todas as especificações e requisitos exigidos pelas autoridades competentes são seguidos, proporcionando uma base sólida para a operação dentro das diretrizes estabelecidas.

Facilidade para futuras modificações

Ela pode ser especialmente valiosa quando se trata de futuras modificações ou expansões. 

Os registros atualizados e precisos são a base para qualquer alteração no projeto. Seja para adaptações internas, expansões estruturais ou atualizações tecnológicas, o As Built oferece uma compreensão abrangente da estrutura existente.

Isso simplifica e agiliza tanto o planejamento como a execução de futuras modificações, permitindo uma resposta rápida e eficaz às demandas do ambiente construído.

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Como aplicar As Built nos seus projetos? 

A aplicação bem-sucedida do projeto As Built requer uma abordagem estruturada e a adoção de ferramentas específicas.

Algumas diretrizes práticas são essenciais para garantir uma implementação eficiente:

  • Planejamento adequado: antes de iniciar o processo, é crucial ter um plano bem definido. Estabeleça os estágios de coleta de dados in loco, a equipe responsável e estipule prazos claros para garantir uma implementação eficiente;
  • Tecnologia de coleta de dados: use tecnologias avançadas para a coleta de dados in loco. Ferramentas como scanners a laser, drones e aplicativos móveis permitem uma coleta de dados mais precisa e eficiente em comparação com métodos tradicionais;
  • Sistemas de Posicionamento Global (GPS): em projetos que envolvem grandes áreas, a integração de sistemas GPS é essencial para garantir a precisão na localização de elementos construtivos e para mapear com exatidão a geografia da construção;
  • Ferramentas de modelagem 3D: sistemas como o BIM (Building Information Modeling) permitem a representação tridimensional da construção e ainda facilitam a atualização contínua dos desenhos conforme as mudanças são registradas;
  • Integração com softwares de gestão de documentos: integre a técnica com sistemas de gestão de documentos e projetos. Softwares específicos, como a ConstruCode possibilitam o controle de versões e acesso rápido aos registros. Isso simplifica a colaboração entre equipes e otimiza a gestão da informação;
  • Treinamento da equipe: certifique-se de que sua equipe está envolvida no processo e capacitada para usar as ferramentas e metodologias. A consistência na coleta de dados e na atualização dos registros depende do treinamento adequado;
  • Atualização contínua: essa técnica não é estática, na verdade, o oposto disso. Então, garanta que os registros sejam atualizados regularmente para refletir com precisão quaisquer mudanças ou modificações realizadas na construção ao longo do tempo.

Ao investir em tecnologias inovadoras e integrá-las de maneira estratégica aos processos de gestão, os profissionais da construção civil podem tornar o projeto As Built ainda mais fácil e eficiente! 

Porém, a escolha da ferramenta correta é fundamental para que essa tecnologia gere valor para a sua construtora ou incorporadora. Saiba quais são as funcionalidades que não podem faltar na plataforma de gerenciamento de projetos!

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