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28/02/2024

Como criar um cronograma físico de obra eficiente?

por Diego Mendes

Como criar um cronograma físico de obra eficiente?

A habilidade de mapear e gerenciar cada etapa, desde o levantamento detalhado do projeto até a conclusão da obra, é crucial para garantir a entrega no prazo e dentro do orçamento. 

Mas como criar um cronograma físico de obra eficiente? Embora a resposta não seja simples, é uma questão que precisa ser respondida para se ter o resultado que deseja — ou melhor, o sucesso.

A seguir, vamos trazer um grande guia para construção desse planejamento: vamos apresentar as estratégias na hora de desenvolver esse cronograma e, ainda, mostrar a importância da flexibilidade no planejamento para evitar atrasos indesejados.

A importância do cronograma físico de obra 

O cronograma físico de obra é um elemento essencial na gestão de projetos de construção,  proporcionando uma visão temporal estruturada que orienta a execução desde o início até a conclusão do empreendimento. 

Para isso, ele se divide em duas escalas temporais distintas: médio e longo prazo.

O médio prazo geralmente abrange períodos que variam de algumas semanas a alguns meses. Essa divisão é crucial para o acompanhamento e controle eficazes das atividades diárias no canteiro de obras. 

Aqui, tarefas específicas, como preparação do terreno, fundações, estrutura e instalações preliminares, são programadas e monitoradas de forma detalhada.

O longo prazo, por outro lado, abrange uma perspectiva mais ampla, geralmente indo de alguns meses a vários anos, dependendo da complexidade do projeto. 

Nessa escala temporal, são estabelecidos marcos significativos, como conclusão de estruturas, instalações elétricas e hidráulicas, acabamentos, e a entrega final do projeto. O objetivo é fornecer uma visão global do progresso.

É por isso que a falta de um cronograma físico preciso e detalhado pode expor construtoras e incorporadoras a desafios significativos, como atrasos na entrega do projeto, que está associado a mais dois problemas: reputação da empresa e gerando custos adicionais. 

De forma geral, a falta de coordenação efetiva entre as diferentes etapas da obra pode levar a erros na programação e execução de atividades, causando desalinhamento entre mão de obra, materiais e equipamentos.

O cronograma físico de obra proporciona uma visão clara e estruturada do tempo necessário para cada fase da obra, permitindo uma gestão eficiente dos recursos. 

Além disso, ele atua como uma ferramenta de comunicação essencial, já que alinha expectativas entre todas as partes envolvidas — desde a equipe interna até fornecedores e clientes.

Pensando na sua importância, podemos também destacar alguns dos principais benefícios:

  • Alocação eficiente de recursos e menos desperdícios do uso de mão de obra e materiais;
  • Programação das compras, garantindo que os materiais estejam disponíveis no momento exato em que são necessários, sem excessos ou escassez;
  • Resposta rápida a imprevistos e ajuste do cronograma conforme necessário para minimizar impactos negativos;
  • Menos sobrecarga de trabalho em determinadas fases e garantia da presença necessária nos momentos cruciais;
  • Cumprimento dos prazos contratuais, o que evita penalidades e mantém uma boa relação com os clientes.

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Como elaborar um cronograma físico de obra eficiente? 

Um cronograma físico eficiente vai além da simples definição de prazos para cada etapa da obra. 

Ele representa ferramenta estratégica que exige uma abordagem abrangente e detalhada para garantir o sucesso do projeto. Então, é hora de entender melhor cada etapa dessa construção dele.

Defina as atividades das etapas da obra

A primeira etapa crítica na elaboração de um cronograma eficiente é a definição detalhada das atividades em cada fase do projeto. 

Utilizar a Estrutura Analítica de Projeto (EAP) é uma importante solução, pois permite decompor o projeto em partes menores, facilitando a identificação de tarefas específicas. 

A EAP proporciona uma visão hierárquica das atividades, contribuindo para um entendimento mais claro do escopo da obra. A grande dica é: seja específico ao identificar as atividades e evite generalizações. 

Somado a isso, quem está na frente desse gerenciamento precisa se preocupar com o envolvimento de todas as partes interessadas para garantir uma visão abrangente das atividades.

Estabeleça os prazos de cada etapa

Após definir as atividades, é o momento de estabelecer prazos realistas para cada etapa da obra. 

Além disso, considerar os materiais necessários para cada fase é fundamental quando se quer garantir uma programação de compras eficiente e evitar atrasos causados por falta de insumos.

Mas, antes de definir os prazos, é preciso obter informações precisas dos fornecedores sobre os materiais necessários para cada etapa da obra. 

Converse com fornecedores confiáveis para entender os prazos de entrega, possíveis atrasos sazonais e outras variáveis que podem influenciar a disponibilidade dos materiais.

A imprevisibilidade também é uma constante na construção civil, então considere margens. Se o revestimento externo do edifício depende de condições climáticas adequadas, é prudente incorporar um  tempo adicional para lidar com eventuais atrasos devido a chuvas inesperadas.

Crie a relação entre as atividades

Ao criar um cronograma físico de obra, a relação entre as atividades vai ser fator central para que o projeto progrida de maneira lógica e eficiente. 

Para ajudar a relacionar as tarefas é possível usar o Diagrama de Rede, uma ferramenta visual que representa as atividades e suas dependências de forma clara. 

O método PERT (Program Evaluation and Review Technique) e o CPM (Critical Path Method) são abordagens comuns para identificar atividades críticas e não críticas, por exemplo.

Se a instalação elétrica é uma atividade que só pode começar após a conclusão da construção da fundação, no Diagrama de Rede, essa dependência seria representada por uma seta entre essas duas atividades.

Inclusive, identificar atividades críticas é essencial, pois são aquelas que, se atrasadas, podem impactar diretamente o prazo final do projeto. A equipe de gestão deve estar atenta a potenciais desvios para tomar medidas proativas para evitar atrasos.

Aplique o cronograma na obra 

Elaborar e depois implementar: essa etapa envolve a escolha de metodologias adequadas, a consideração de cuidados específicos e a garantia de que toda a equipe compreenda e siga o plano. 

O mais importante é certificar-se de que a equipe está ciente da sequência das atividades, ou seja, monitorar de perto o progresso para evitar atrasos em atividades críticas.

O Last Planner System (LPS), por exemplo, é uma abordagem que envolve uma maior colaboração entre equipes e stakeholders, permitindo um planejamento mais detalhado e flexível.

Outra metodologia é a Lean Construction, inspirada nos princípios lean. Ela busca eliminar desperdícios e melhorar a eficiência em todas as etapas do processo construtivo. 

Além de corrigir prontamente qualquer atividade que não contribua para o valor final, foca bastante na melhoria contínua.

No final das contas, um dos grandes pontos de atenção da implementação é a flexibilidade para ajustes. Ou seja, saber reconhecer que imprevistos podem ocorrer e estar preparado para ajustar o cronograma quando necessário.

Acompanhe a execução do cronograma

Toda gestão de projetos de construção precisa acompanhar a execução do cronograma físico da obra.

Este acompanhamento permite a verificação do progresso conforme planejado e oferece dados em tempo real, o que facilita a tomada de decisões ágeis para corrigir eventuais problemas.

A análise regular do desempenho do cronograma proporciona oportunidades para aprimoramento contínuo. 

Ferramentas como softwares de gestão de documentos ajudam a acompanhar a evolução das plantas baixas de forma colaborativa e evitam atrasos nessa troca de informações.

Já as plataformas de BIM (Building Information Modeling) permitem uma visualização tridimensional do projeto, facilitando a identificação de conflitos e a otimização do cronograma em resposta a mudanças no projeto.

Como usar a tecnologia para montar e acompanhar cronograma físico de obra? 

Mas onde a tecnologia entra nesse cronograma? Bom, ferramentas digitais permitem o acompanhamento de cronogramas de forma colaborativa, o que facilita a organização de tarefas, a definição de prazos e a atribuição de responsabilidades.

Essa é a melhor maneira de acompanhar o andamento da obra em tempo real e desenvolver tomadas de decisões mais rápidas em caso de imprevistos.

Plataformas dedicadas à construção, como a ConstruCode, permitem ter acesso a gestão de documentos na palma da mão — e isso representa um grande diferencial para garantir o prazo das entregas.

Nela, é possível armazenar, organizar, controlar e distribuir documentos digitais, como plantas, projetos, relatórios, assim como todas as suas versões mais atualizadas, de acordo com o andamento das obras.

Ao incorporar tecnologia no processo de elaboração e acompanhamento do cronograma físico de obra, as construtoras e incorporadoras podem ganhar eficiência operacional, maior precisão nas estimativas e respostas rápidas a desafios inesperados. E é com isso que se garante o sucesso global do projeto. Para entender ainda melhor, leia nosso material sobre por que apostar em tecnologia na gestão de projetos da construção civil!

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